"Na recta final para as eleições na capital, pouco fica de uma enfadonha campanha (...) de fundo, nem uma ideia para o futuro de Lisboa, um rumo, uma mudança, uma substância capaz de tornar governável uma estrutura com 12 mil trabalhadores, três centenas de departamentos e dvisões, 53 freguesias e um passivo a rondar os 200 milhões de euros.
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Lisboa apresenta, em termos nacionais, um dos mais elevados rácios de funcionários por habitante: UM TRABALHADOR POR CADA DEZ RESIDENTES. É mais de um terço do que se passa na segunda cidade do país, o Porto, com um para seis, ou Oeiras, com um para sete. Pior ainda se compararmos com Barcelona ou Madrid. Nessa caso, a capital portuguesa apresenta o dobro dos funcionários de qualquer uma das maiores cidades espanholas. O dobro sublinho. Dados que constam de uma tese de doutoramento e não levam em linha de conta as dezenas de empresas municipais (...) e será que toda esta força de trabalho se traduz em qualidade de serviços, dimensão cultural, uma rede de equipamentos sociais invejáveis? Não, nada disso. Apenas uma imensa folha salarial, uma asfixia permanente que empurra qualquer executivo para um licenciamento compulsivo de obras e construções, única forma de arrecadar receitas e evitar mais empréstimos. No fundo, um enorme castelo de gente, de pequenos poderes e quintas, uma imensa máquina ingovernável, burocrática e politizada, não ao serviço do cidadão, mas das famílias políticas que foram construindo esse emaranhado de equívocos.
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Lisboa é, infelizmente, para ela e para quem lá vive, o espelho do que foi o Estado nas últimas décadas em Portugal: uma inesgotável mansão, onde cabia sempre mais um (...) quase metados dos trabalhadores apresenta níveis de escolaridade baixos, os quadros dirigentes têm mais de 20 anos de casa e o absentismo é imenso, tanto entre chefias como entre subordinados. Acerca de tudo isto (...) ficámos pelas ideias vagas e a certeza, para todos os candidatos, de que os funcionários são todos imprescindíveis!"
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by Pedro Pinto
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"...falta de mobilização e do interesse em geral (...) ninguém diria que estávamos a disputar a Câmara falida da capital europeia mais degradada e em perda mais acelerada de moradores (...) os dois grandes Partidos - PS e PSD - são os principais responsáveis pela decadência da capital do País, ao submeterem - quando não a estimulam - à especulação imobiliária, que tem sido a verdadeira "planeadora" da cidade".
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by Manuel Villaverde Cabral
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