sexta-feira, 13 de junho de 2008

1888

Um in*consciente dos anos 80 ... como eu e tu ;)



No momento de decidir qual dos seus textos poderia publicar aqui, a tarefa revelou ser mais complicada do que a intenção inicial faria supor ... a obra é vasta e as hipóteses imensas ... dentro do seu mundo literário encontramos vários espectros de um ser ... do nosso ser ;)

Decidi'me então por um texto retirado das edições Ática, que chegou a nós pelo David Mourão-Ferreira, intitulado "CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOA". (dirigidas à sua Ophélinha *** que respondia na mesma frequência, onde impera o uso dos diminutivos sintécticos ;)


19.2.1920


O porquê de ser este texto? ..não, não se iludam, não é por me sentir especialmente romântica por esta altura do ano. Na verdade nem sei bem se existe motivo para ter escolhido este sobre outro .. talvez porque considero que esta sua "persona" é menos conhecida ... e as coisas que ainda estão por descobrir têm sempre um sabor especial e um vontade maior de revelar.

E para não cairmos na tentação de ficarmos seduzidos por esta sua faceta, fica aqui a "wake up call" pela mão de Alvaro de Campos.

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*** "Meu adorado Fernandinho, grande amor da minha vida / Venho responder às tuas queridas cartinhas que me deram muita alegria, principalmente a primeira por ver que a essa hora enquanto eu naturalmente dormia e sonhava... tu estavas pensando em mim e dedicando-me alguns momentos, pena é estares tão doentinho! (...) Adeus meu Nininho agradeço os teus beijos e envio-te também jinhos sem conto, e sou só e sempre tua Ofélia..."

2 comentários:

Anónimo disse...

podem passar todos os anos do mundo...

Ele é imortal.

Anónimo disse...

e gosto particularmente da forma como subitamente se extingue esse grandioso amor. afinal nem o Pessoa soube amar..

que desencanto.

confesso que não conhecia o lado romântico e pindérico do Fernandinho. que susto.